A retinopatia diabética é a causa mais frequente de cegueira nos países industrializados entre as populações ativas e ocorre como resultado do dano, acumulado a longo prazo, aos pequenos vasos sanguíneos da retina. Acomete quase todos os pacientes com DM tipo 1 e mais de 60% dos pacientes com DM tipo 2.
Cerca de 1 a 3% da população mundial apresenta esse tipo de acometimento ocular; sendo que, após 15 anos de diabetes, aproximadamente 2% das pessoas se tornarão cegas e cerca de 10% desenvolverão sérios danos visuais. A retinopatia diabética é responsável por 30% das pessoas cegas.
O tempo de evolução do diabetes e o controle glicêmico são os principais fatores de risco para o desenvolvimento e agravamento da retinopatia. No entanto, outros fatores como a hipertensão arterial sistêmica mal controlada, tabagismo, acometimento renal e gravidez devem ser lembrados. As altas taxas de açúcar circulantes levam a diversas alterações nas paredes dos vasos sanguíneos, principalmente naqueles presentes nos rins e olhos. Assim, com a evolução do diabetes, essas alterações vasculares tendem a progredir, levando a sérias complicações em diversos órgãos e sistemas do corpo.
A retinopatia diabética apresenta vários estágios na sua evolução. Sendo inicialmente leve, mas que, se não tratada adequadamente, pode progredir para cegueira irreversível. Em fases mais tardias e severas da doença, pode ocorrer hemorragia intra-ocular, descolamento de retina, catarata e glaucoma.
O tratamento com laser, amplamente utilizado nessa condição, tem como objetivo evitar a piora da acuidade visual e a progressão da retinopatia para estágios mais graves. Em geral, podem ser necessárias várias sessões de laser até que se tenha um bom controle da doença ocular.
A cirurgia da retina, chamada de vitrectomia, geralmente é utilizada para se tratar as complicações mais severas e tardias da retinopatia, como a hemorragia intraocular e o descolamento de retina.
Recentemente, uma nova classe de drogas tem sido amplamente utilizada para o manejo de pacientes com retinopatia diabética avançada e baixa visual importante, são os chamados “anti-angiogênicos”. Estas medicações são injetadas diretamente no olho e têm o intuito de evitar a progressão da retinopatia, além de promover a melhora da visão e de algumas complicações relacionadas.
Todas essas opções de tratamento são utilizadas conforme o grau de severidade do acometimento ocular pela retinopatia e a visão do paciente. Durante o tratamento dos olhos é essencial o intenso controle da glicemia para promover uma melhor resposta ao tratamento. Lembrando que a causa da retinopatia e das alterações oculares é o próprio diabetes e esses sinais podem ser um alerta para o risco de a doença afetar outros órgãos. O diabetes é uma das principais causas insuficiência renal e cerca 10-20% das pessoas com diabetes morrem com falência renal.
É de suma importância o exame preventivo da retina com o OFTALMOLOGISTA em todas as pessoas portadoras de diabetes!